Monstros, psicopatas, assassinos, seres sobrenaturais e medos psicológicos. Isso é um pouco daquilo que esperamos ver em filmes de terror. Mas terror não é tudo a mesma coisa. Cada uma conta sua história de maneira diferente. Cada um dentro de seu subgênero. Os filmes de terror nos causam medo, ansiedade, apresentam o sobrenatural e o monstruoso e nos dão aquela sensação de tensão durante uma hora e meia ou duas. E esse fascínio pelo medo e pelo desconhecido sempre esteve presente e nas telas de cinema, remonta aos primórdios da sétima arte.
O Terror no Cinema
O primeiro filme de terror reconhecido foi “Le Manoir du Diable” de 1896, dirigido por Georges Méliès. Mas anos mais tarde, surgiram outros filmes de terror na época do cinema mudo, que marcaram o gênero como “Nosferatu” de 1922; e “O Gabinete do Dr. Caligari” de 1920.
Filmes de terror nos anos 30
Já na década de 1930, os estúdios de Hollywood começaram a produzir filmes de terror com orçamentos maiores e maior qualidade de produção, como “Frankenstein” e “Drácula”, ambos de 1931, que ajudaram a popularizar o gênero.
Filmes de terror nos anos 40 e 50
E durante as décadas de 1940 e 1950, o gênero acabou sendo influenciado por temas como a Guerra Fria e a ameaça nuclear, resultando em filmes como “O Monstro do Átomo” de 1955; e “A Mosca da Cabeça Branca” de 1958.
Filmes de terror nos anos 60 e 70
E nos anos 60 e 70, o terror foi transformado por filmes como “Psicose” (1960) e “O Exorcista” (1973), que introduziram novas técnicas de suspense e horror psicológico.
Filmes de terror nos anos 80
Durante os anos 80, o subgênero de slasher foi popularizado por filmes como “A Hora do Pesadelo” (1984) e “Sexta-Feira 13” (1980), que apresentavam assassinos em série mascarados.
Filmes de terror nos anos 90 e 2000
Já nas décadas mais recentes, a partir dos anos 90 e 2000, o terror foi influenciado por filmes de terror asiáticos, como “O Chamado” (1998) e “O Grito” (2002), que apresentavam fantasmas e maldições sobrenaturais. Além disso, os filmes de terror começaram a incorporar temas sociais e políticos, como em “Corra!” (2017) e “Nós” (2019).
E essa evolução do terror continua, trazendo novas técnicas cinematográficas e de tecnologia que oferecem novas experiências para o público. Mas uma coisa é certa, desde o início do cinema até os dias de hoje, o terror nunca perdeu público e se manteve sempre popular com cada vez mais filmes sendo lançados.
Mas quando falamos de terror, não estamos falando apenas de um gênero, pois existem várias subdivisões dentro dele. Cada subgênero tem sua própria estética, tema e conjunto de elementos. No entanto, todos eles compartilham a característica essencial do terror de ser perturbador e assustador.
Slasher
O slasher de filmes de terror se concentra em um assassino em série que persegue e mata suas vítimas. O termo “slasher” vem doi verbo em inglês “to slash”, que significa cortar com uma lâmina.
Os slashers geralmente têm um grupo de personagens principais que são perseguidos pelo assassino, e a maioria das vítimas é morta de maneira violenta e gráfica. Esses filmes também são conhecidos por uso de jump scares, ou seja, momentos em que algo inesperado acontece na tela para assustar o público.
Os filmes de slasher foram populares nos anos 80, com clássicos como “Halloween” (1978) e “Sexta-feira 13” (1980), que acabaram por definir o gênero. Mas até hoje esse subgênero atrai o público. Inclusive muito se fala sobre a falta de vilões moderno memoráveis como Krueger, Jason e Michael Myers.
Terror Sobrenatural
Como o nome diz, ele se concentra em eventos e criaturas sobrenaturais, como fantasmas, demônios e outras entidades vindas do desconhecido. O terror sobrenatural difere de outros subgêneros de terror em que as ameaças são frequentemente baseadas em elementos mundanos ou humanos. O terror sobrenatural explora o desconhecido e o inexplicável, o que o torna particularmente assustador para muitas pessoas. Esse subgênero muitas vezes explora temas de vida após a morte, possessão demoníaca, assombrações e outras manifestações sobrenaturais.
Assim como o slasher, temos grandes filmes desse subgênero como “O Exorcista”, “O Chamado”, “Invocação do Mal” e “Hereditário”. Alguns desses filmes traziam cenas mais gráficas, enquanto outros trabalham com enredos mais complexos e não trazem a violência tão explícita como o subgênero anterior.
Found footage
Esse termo significa “filmagem encontrada” e é um estilo de filme que se utiliza de um conceito documental para contar uma história fictícia. Esses filmes simulam o efeito de que o conteúdo foi gravado por uma câmera amadora ou de segurança, e são apresentados como se fossem um registro de eventos reais. Esse estilo de filme ficou mais conhecido com o lançamento do filme “A Bruxa de Blair” em 1999, que utilizou a técnica para contar a história dos personagens que desapareceram em uma floresta. Desde então, muitos filmes de terror utilizam o found footage como técnica narrativa para criar uma sensação de realismo e imersão do espectador.
Apesar de ‘Bruxa de Blair’ ser o filme mais lembrado, o subgênero surgiu na década de 1980, com “Cannibal Holocaust”, dirigido por Ruggero Deodato. Na época ele foi bastante controverso pela representação gráfica de violência e supostos assassinatos de animais, mas também se destacou por sua técnica de filmagem. O enredo do filme é apresentado como uma compilação de imagens encontradas na selva amazônica, gravadas por uma equipe de documentaristas desaparecidos. Isso permitiu que o filme misturasse cenas de violência com uma sensação de realismo documental, criando uma experiência intensa e visceral para o espectador.
Além desses dois filmes, tivemos outros qu marcaram época já após os anos 2000 como “Atividade Paranormal”, “REC” e “Cloverfield”. E esse subgênero permanece sendo usado, mesmo após críticas de falta de originalidade e repetição de fórmulas. Mas a gente sabe que essas não são características apenas do Found Footage, mas de diversos filmes por aí.
Monstros
Como o nome diz, esses filmes apresentam criaturas monstruosas como principal fonte de terror. Eles podem ser monstros sobrenaturais, mutantes, extraterrestres ou qualquer outra forma de seres ameaçadores e aterrorizantes.
O foco desses filmes tende a ser a luta dos personagens para sobreviver e derrotar essas criaturas. Os filmes de monstros podem apresentar cenas de ação intensa, bem como momentos de tensão e suspense.
Alguns exemplos de filmes incluem “Godzilla”, “Alien” e “O Enigma do Outro Mundo”. O subgênero de monstros tem sido um pilar do cinema de terror desde o início do cinema, com filmes clássicos como “Frankenstein” e “Drácula” que falei lá no início do vídeo. Mas temos diversos outros como “O Dia em que a Terra Parou”, “Tubarão” e “Predador”.
Tortura
O subgênero tortura é uma vertente do terror que apresenta cenas explícitas de violência física e psicológica, com foco na tortura e no sofrimento dos personagens. Esses filmes costumam retratar situações de extrema crueldade e sadismo, com o objetivo de causar desconforto e repulsa. As cenas tendem a ser perturbadoras, com a intenção de chocar e impressionar.
Esse subgênero tem suas raízes nos anos 70 e 80, que apresentavam cenas de violência gráfica, mas de forma menos explícita do que os filmes atuais. Mas foi a partir dos anos 2000 que o subgênero se popularizou e começou a ser explorado com mais frequência. O filme “Jogos Mortais” de 2004 é frequentemente lembrado como referência, com sua trama que apresenta personagens presos em armadilhas mortais e submetidos a torturas psicológicas e físicas. O sucesso do filme inspirou uma série de outros filmes, e suas sequencias, que acabaram expandir o subgênero. Entre esses filmes podemos falar de “O Albergue” de 2005, que apresenta turistas americanos torturados por uma organização secreta em um albergue.
Embora os subgêneros de terror “tortura” e “slasher” possuam semelhanças, existem algumas diferenças entre eles: o “slasher” envolve um assassino em série que usa armas brancas para matar várias vítimas em um período curto de tempo. A ênfase está nas mortes violentas e gráficas, muitas vezes acompanhadas de muito sangue e gore. Por outro lado, o “tortura” envolve o uso de tortura e sofrimento físico e psicológico de uma vítima nas mãos de um torturador.
Ou seja, o “slasher” se concentra nas mortes violentas e gráficas e o “tortura” se concentra no sofrimento físico e psicológico de uma vítima.
Gore
Esse subgênero apresenta cenas extremamente sangrentas, violentas e gráficas. Esse tipo de filme geralmente enfatiza a exposição explícita de sangue, vísceras, mutilações e violência extrema, buscando provocar uma forte reação de repulsa e choque no espectador.
O termo “Gore” significa “sangue coagulado”, “sangue derramado” ou “sanguinolência”. Assim, esses filmes apresentam muitas cenas de desmembramentos, mutilações e torturas explícitas, geralmente apresentadas de forma detalhada.
Antes falei da diferença entre tortura e slasher. Já no gore não há um foco em assassinos ou torturadores, mas sim em mostrar de forma intensa e chocante as cenas de violência e carnificina. Exemplos de filmes gore incluem “A Centopeia Humana” e “Casamento Sangrento”.
Terror Psicológico
Diferente dos anteriores, esse subgênero é caracterizado por usar elementos que mexem com a mente do espectador, ao invés de apenas assustá-lo com cenas explícitas de violência ou sustos repentinos.
Aqui é trabalhado o medo do desconhecido, da insanidade, da paranoia e da sensação de que algo está errado, mesmo que não haja nada óbvio para indicar isso. Nesse tipo de filme, é comum que a trama seja construída de maneira mais lenta e atmosférica, com uma tensão crescente que pode se desenrolar de diversas maneiras, como através de personagens que começam a perder a noção da realidade, eventos sobrenaturais inexplicáveis, ou situações que parecem não ter solução. O objetivo é criar um clima de inquietude constante, que faz com que o espectador se sinta vulnerável e ansioso durante toda a jornada.
Esse gênero nos faz voltar lá para os primeiros filmes de terror do século XX, que muitas vezes apresentavam histórias sobrenaturais e góticas. Com o tempo, o terror psicológico se desenvolveu como um gênero próprio, explorando temas como a sanidade mental, a paranoia, e a perda de controle.
Um dos primeiros filmes de terror psicológico foi “O Gabinete do Dr. Caligari”, que apresentou uma narrativa fragmentada e perturbadora, com elementos de horror psicológico e visual. O filme foi seguido por outras obras notáveis, como “Psicose” de Hitchcock, “O Bebê de Rosemary” de Roman Polanski e “O Iluminado” (1980) de Stanley Kubrick.
Na década de 1990, o terror psicológico passou por uma revitalização, com filmes como “O Silêncio dos Inocentes” e “Seven – Os Sete Crimes Capitais”, que apresentaram histórias sombrias e perturbadoras que exploravam a mente dos personagens e do espectador.
Atualmente, o terror psicológico continua a ser um dos subgêneros mais populares do cinema de terror, e exploram temas mais modernos como traumas pessoas, racismo, identidade e família.
Eaí, entre monstros, sangue, seres de outro mundo, a mente humana e psicopatas, qual o seu subgênero de terror favorito? Me conta aqui nos comentários. E aproveita para me dizer qual desses você acha que será a tendência para os próximos anos que veremos nos cinemas.
Já que você é fã de terror, que tal conhecer alguma das minhas histórias? Depois me conta o que achou.
Você conhece meu canal no Youtube? Se inscreva e receba ainda mais conteúdo sobre Terror e Suspense.