tesouro celta

Conheça O SEGREDO CELTA debaixo da terra no País de Gales | Histórias de tesouro

Imagine encontrar um tesouro celta perdido enterrado por aí. Parece uma mudança de vida, certo? Foi mais ou menos isso que aconteceu com Mike Smith, um galês, que desde os 12 anos se diverte explorando campos, bosques e outros lugares em busca de tesouros enterrados, alimentando o sonho de descobrir algo extraordinário.

Apesar do sonho, ele jamais imaginaria que, um dia, a alguns metros de distância, encontraria uma antiga corrente metálica enterrada. Quando seu instinto lhe sussurrou para prosseguir com a escavação, ele simplesmente obedeceu, sem ter ideia do que estava prestes a desenterrar. Para ele, sair em busca de tesouros em dias chuvosos nunca foi um sacrifício, pois sempre nutriu o desejo de encontrar algo valioso escondido por aí. Mas naquele dia o som de se detector de metais mexeu profundamente com sua mente. A adrenalina começou a correr por suas veias enquanto ele movia o detector para frente e para trás sobre o solo úmido.

O primeiro sinal

Mike sempre foi uma pessoa curiosa. Portanto, quando o detector soou o alarme, ele sabia que não descansaria até desvendar o que estava escondido. O que ele não esperava era encontrar um tesouro de proporções monumentais. Após o primeiro sinal, Mike decidiu varrer o restante do campo com seu equipamento. Normalmente, quando alguém se afasta de uma descoberta, o sinal se torna mais fraco até cessar completamente. Contudo, não foi isso que ocorreu com Mike!

Era curioso, à medida que ele se afastava do local onde o detector soara inicialmente, o som ficava ainda mais alto. Seria um defeito na máquina? Ou haveria algo enterrado no ventre do campo que ocupava toda a área? Já que o detector disparou por toda a área, ele soube que não havia outra opção senão confiar em seus instintos e começar a cavar.

Com a pá em mãos, Mike começou a trabalhar na terra úmida. Já havia cavado um buraco de um metro de largura e dois metros de profundidade, mas não fazia ideia do que estava prestes a encontrar. Mike já havia usado seu detector de metais nessa área antes, desenterrando algumas moedas antigas que não tinham muito valor. No entanto, desta vez, ele havia encontrado algo mais valioso.

Algo valioso

Com muito cuidado, Mike levantou o pequeno objeto redondo da terra. A princípio, ele pensou ser uma moeda antiga, mas ao limpar o objeto, uma gravura o surpreendeu. Intrigado, Mike virou o objeto de um lado para o outro, tentando desvendar o que poderia ser aquilo. Havia uma figura gravada em um lado e uma espécie de mensagem no outro.

O que o fez perceber que não era uma moeda foi o anel preso ao topo do objeto, como se estivesse conectado a algo. No entanto, ele não teve muito tempo para analisar o artefato, pois logo notou a presença de outro objeto na terra.

Ao contrário do primeiro, este estava completamente preso no solo. Mike decidiu largar a pá e começar a cavar com as próprias mãos, esperando ter mais sucesso. Infelizmente, todas as suas tentativas foram em vão. O misterioso objeto estava realmente bem preso na lama. Apesar de um pouco frustrado, Mike não pensou em desistir.

Não importava o quanto Mike puxasse, o objeto não cedia. Era intrigante, pois o velho pedaço enferrujado de metal não parecia ser tão pesado. Mike ficou perplexo e, então, decidiu mudar a estratégia. Ajoelhou-se e começou a mexer a terra ao redor do objeto misterioso. Ele imaginou que agitar a terra dessa forma pudesse soltar o objeto o suficiente para que conseguisse puxá-lo.

Como o objeto não vinha, ele percebeu que o objeto estava conectado a alguma coisa. O que seria esse “algo”, ele não fazia a menor ideia. No entanto, isso só aguçou ainda mais sua curiosidade. Com mais perguntas do que respostas, continuou a cavar. O que mais poderia estar enterrado lá embaixo? E por que esse objeto em particular era tão pesado?

Mike prosseguiu examinando até que encontrou um segundo e depois um terceiro elo. Finalmente, uma lâmpada acendeu em sua mente e ele percebeu que os misteriosos objetos redondos eram, na verdade, elos de uma corrente.

Ele ficou admirado com o tamanho da corrente enterrada naquele lugar. Continuou cavando até chegar ao fim, no último elo. Mas, quando isso aconteceu, surgiu uma nova pergunta: aonde essa corrente estava conectada?

Um novo dia

Quando o sol da tarde começou a se pôr, Mike decidiu arrumar e guardar todo o seu equipamento. O que quer que estivesse enterrado ali teria que esperar até o nascer do sol.

Enquanto Mike descansava naquela noite, sua mente divagava. Por que uma corrente tão grande estava enterrada ali? Recentemente, ele havia lido sobre cemitérios antigos em Pembrokeshire, mas lembrar disso não era nada reconfortante. Sua descoberta poderia estar relacionada a uma dessas antigas câmaras funerárias? Apesar de ser um pensamento assustador, Mike estava ansioso para voltar à fazenda e desvendar esse o mistério.

Assim que o sol nasceu, Mike voltou ao local. Aquela corrente não saiu de sua mente durante toda a noite. Ele precisava descobrir o que havia do outro lado e por que era tão pesada. O que Mike não percebeu era que sua descoberta estava prestes a chamar a atenção das autoridades, e que eles logo apareceriam no local da escavação. Era apenas uma questão de tempo!

Enquanto mais correntes emergiam do solo, Mike notou algo estranho. Havia um buraco abaixo das correntes. Sem hesitar, ele enfincou a pá no buraco, esperando fazer uma alavanca para ajudar e logo o chão cedeu sob seus pés.

Debaixo da terra

Mike caiu diretamente no chão, aterrissando alguns metros abaixo da superfície. Ao acender uma lanterna que carregava, Mike percebeu que não era um buraco comum, mas sim uma espécie de câmara subterrânea. Ao inspecionar as paredes, o teto e o chão, o medo começou a se apoderar dele.

Mike encontrou arranhões estranhos espalhados por quase todas as superfícies. Mas algo sobre os arranhões frenéticos parecia familiar. Quase como se ele já tivesse visto aquilo em algum lugar antes.

Mike se aproximou da parede com as marcações mais evidentes e passou os dedos sobre elas. Ao examinar as gravuras, percebeu que seus dedos formavam um “VV” e notou que os “V” entrelaçados eram repetidos inúmeras vezes. O símbolo começou a deixar Mike desconfortável, pois as marcações se estendiam por toda a parede da caverna. O que tornou a descoberta ainda mais aterrorizante foi o fato de os símbolos parecerem ter sido arranhados na pedra por alguém com mãos trêmulas.

Mike não tinha ideia do que havia encontrado. Sendo o caçador de tesouros que era, decidiu seguir as marcações. Elas o levaram a mais um buraco no chão. Porém, ao lado da entrada, havia algo endurecido preso na lama.

O que começou como uma simples e divertida aventura numa tarde logo se tornou uma descoberta assustadora de restos mortais. Mike passou a considerar inúmeras possibilidades para a presença de um túmulo sob o local, e cada teoria era mais aterrorizante que a outra.

Tesouro celta

Mike havia achado dentaduras humanas e resolveu ligar para o Museu Nacional do País de Gales, e a resposta não foi o que ele esperava. Os funcionários riram dele, sem acreditar em uma palavra sobre a descoberta que ele estava relatando!

Inicialmente, a descoberta de Mike parecia insignificante. Durante uma entrevista, ele relatou que os arqueólogos não acreditaram, dizendo que nunca haviam feito uma descoberta naquela área antes.

No entanto, o que Mike esqueceu de mencionar foi que ele havia encontrado restos humanos, não apenas uma corrente antiga e símbolos estranhos em uma caverna. Quando ele finalmente compartilhou esse “detalhe” com os funcionários do museu, eles passaram a levar sua descoberta a sério.
Mike conhecia as leis que acompanhavam achados como esse. Ele não tinha escolha senão entrar em contato com as autoridades e informar sobre sua descoberta.

Mike enviou sua localização e aguardou a chegada dos pesquisadores e da equipe de resgate. Quando os oficiais do museu e os arqueólogos chegaram ao local, ficaram completamente maravilhados. Em uma entrevista, Mike comentou: “A expressão em seus rostos dizia tudo”.

Além do reconhecimento da importância de sua descoberta, ele ficou feliz que alguém estivesse lá para resgatá-lo do buraco! Agora, era hora de iniciar o processo de escavação com os profissionais!

Escavação Profissional

O processo de remoção dos artefatos começou em junho, quatro meses após a descoberta de Mike em fevereiro. Com um plano de ação adequado e as ferramentas certas de escavação, os arqueólogos conseguiram desenterrar duas rodas de carruagem enferrujadas, confirmando que estavam prestes a fazer uma descoberta enorme.

Pode-se imaginar que tudo começou com Mike encontrando o que parecia ser uma simples moeda perdida no chão. Ele jamais imaginaria que algo tão monumental pudesse surgir a partir disso. Caçadores de tesouros geralmente sonham com esse tipo de descoberta! Era a realização de um sonho.
Quando encontrou a corrente enferrujada inicialmente, Mike pensou que nunca descobriria para que ela era usada no passado. No entanto, com a ajuda dos profissionais do museu, tudo mudou. Aquela corrente era uma peça de junção de arreios de cavalo celta.

Marcas nas paredes

E segundo a arqueóloga Rachel Hall, o símbolo “VV” entrelaçado é conhecido como “marcação bruxa”. Esses símbolos eram usados para evitar que bruxas entrassem em um local. As gravuras específicas encontradas por Mike são chamadas de “marcas Marian” e acredita-se que sejam as iniciais da Virgem Maria.
No entanto, as marcas na caverna eram diferentes das já conhecidas. Elas foram arranhadas freneticamente nas paredes e estavam por toda parte. Algo estranho aconteceu em Pembrokeshire no passado.

A arqueóloga Alison Fearn acredita que as marcas dos séculos 14 e 18 foram feitas para evitar que demônios tomassem conta da Terra. Na época, os habitantes da cidade provavelmente acreditavam que a câmara era uma entrada para o submundo. Ela explicou que “As letras e símbolos eram cristãos, mas não deveriam ser interpretados nesse contexto”. Fearn é especialista em marcas de proteção da Universidade de Leicester. Mas essas marcas não foram tudo que ela identificou nos símbolos da Virgem Maria.

Embora as marcas possam simbolizar proteção contra demônios, há outra teoria. Alguns acreditam que a vila de Pembrokeshire estava enfrentando, na época, uma epidemia de fome, doenças ou pobreza – coisas que poderiam ser atribuídas a forças maléficas. John Charlesworth, professor aposentado de Língua e Literatura do Novo Testamento, explica que paisagens naturais já foram consideradas lugares assustadores. Ou seja, a localização da vila, juntamente com a caverna profunda, deixou a população local com medo do desconhecido.

Apesar das pessoas da vila acreditarem que a caverna abrigava demônios, o local descoberto por Mike, na verdade, era o túmulo de uma rainha ou chefe, com sua carruagem. Mike disse que percebeu imediatamente a importância disso… Eu já tinha lido sobre enterros com carruagens, então descobrir um foi um privilégio.

Enterros com carruagens

Os arqueólogos acreditam que a carruagem tenha mais de 2.500 anos e, ao contrário do que Mike inicialmente pensou, não havia restos humanos no local.
O dente que Mike encontrou, na verdade, pertencia a um dos cavalos que estava enterrado ao lado da rainha ou chefe, juntamente com a carruagem. Depois de mais pesquisas, foi descoberto que os oficiais de alta patente da Idade do Ferro eram normalmente enterrados com suas armas, carruagens e cavalos.
Mike explicou que, em um enterro típico, as rodas da carruagem eram colocadas horizontalmente. No entanto, esse não foi o caso de sua descoberta.

Mike acredita que, em vez da pessoa ter sido enterrada ao lado da carruagem, ela foi colocada dentro da carruagem. É claro que deveria haver resquícios humanos dentro da carruagem, mas com o passar dos anos, nada restou. Depois de aprender mais sobre sua descoberta, Mike ficou incrédulo de como, junto com seu confiável detector de metais, conseguiu descobrir uma história tão rica. Mas a história ainda não havia acabado. Após isolar a área do público, os funcionários do museu trouxeram grandes máquinas para aprofundar o trabalho.

Grandes máquinas na escavação

Após examinar o solo, os arqueólogos fizeram uma descoberta impressionante: um círculo de valas com 12 metros de diâmetro cercava o local.
A equipe de pesquisa descobriu mais dois enterros, todos localizados dentro desses círculos de valas. Isso levou à conclusão de que Mike havia descoberto um assentamento celta que permaneceu desconhecido por muito tempo.

Além dos cemitérios, foi possível desenterrar cerca de 34 outros artefatos, incluindo broches, cabos de ferramentas, brocas de bronze, entre outros.
Mike não acreditava. Ele lia bastante sobre descobertas de outras pessoas. Ele as via na TV e pensava que adoraria fazer uma descoberta assim. Mas agora tudo está acontecendo com ele.

Adam Gwilt, o principal curador de arqueologia pré-histórica do Museu Nacional do País de Gales, explicou que as descobertas provavelmente são “testemunhas de grandes eventos históricos da época, quando as pessoas da Idade do Ferro defendiam seus modos de vida e identidade contra a expansão do Império Romano”.

O projeto exigirá um financiamento considerável, e Adam e sua equipe estão trabalhando com diversos parceiros para garantir uma investigação completa dos artefatos. Atento à recompensa, Mike espera receber pelo menos um pagamento de seis ou sete dígitos por sua descoberta. Claro, ele também terá que dividir seus ganhos com os proprietários da terra. Ainda assim, não é nada mal para alguém que começou o trabalho com um detector de metais e uma moeda antiga.

Mike explicou que “é a maior descoberta de detecção de metais de todos os tempos, já que nunca houve uma carruagem descoberta por um detector de metais. Coisas foram encontradas antes, mas nada parecido com isso”.

Qual seria sua reação em encontrar uma descoberta dessas aí perto da sua casa? Tem alguma história desass pra contar? Me manda aqui nos comentários!

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